A aposentadoria dos mitos do rádio
LAURA MATTOS da Folha de S.Paulo A pergunta é: o que está por trás da notícia da aposentadoria do radialista carioca Haroldo de Andrade, que, aos 69 anos, 54 de rádio, 42 de Globo AM, pendurou o microfone? Certamente muito mais do que suas questões pessoais. O fim de seu programa diário e histórico na Globo marca uma tendência no rádio: a destruição dos mitos. O dial sempre esteve ligado a nomes fortes regionalmente. Locutores mais importantes do que o título do programa, a identidade da programação, a emissora. São todos, de certa forma, "discípulos" de Haroldo de Andrade. Todos, de certa forma, estão se aposentando com ele. O setor começa a se conscientizar de que as rádios não podem mais ter como alicerce único os "Elis Correas" e "Paulos Lopes", só para citar mitos de São Paulo. Em processo cada vez mais forte de profissionalização, de formação de rede, como sustentar uma emissora apenas com grandes nomes de identidade regional? A Globo já sabe disso ...